No estudo das profecias bíblicas, concernentes aos grandes eventos que antecedem a Vinda do Senhor Jesus Cristo ( 1ª e 2ª vindas) e consumação ou fim do mundo a profecia de Daniel é a que mais se destaca. Ela é a chave que abre o livro de Apocalipse. Podemos até admitir que o Apocalipse é uma expansão do livro de Daniel. A profecia de Daniel constitui um código para percepção, tanto da seqüência, segundo a qual os últimos acontecimentos se vão desenrolando, quando sobre aquilo que no futuro irá acontecer com: Judeus, Gentios e a Igreja ( I Coríntios 10.32). Trata-se da profecia sobre as setentas semanas que por Deus foram determinadas e concluir o seu plano com o seu povo e sobre a santa cidade ( Daniel 9.24-27). Todavia antes de continuarmos os estudos sobre as setentas semanas, vamos ver como tudo começou. Pela desobediência do Povo Judeu, Deus trouxe o exército babilônico e levou-os cativos, dentre os quais estavam os jovens: Daniel, Hananias, Misael e Azarias (Daniel 1.1,2, 6). Estes quatro jovens serviram no palácio do rei da babilônia, durante o cativeiro. Quando o último rei babilônico-Belsazar- caiu ( Daniel 5.30,31) dois reinos: Medos e Persas, tomaram o grande império Caldeu e Daniel continuou na corte porque era um homem de Deus e político.
Ora, Deus determinara que o Povo Judeu ficaria Setenta anos no cativeiro babilônico ( Jeremias 25.11; 29.10; II Crônicas 36.21). Nessa época Daniel já com sua idade um pouco avançada, todavia ainda morava na corte real, como nobre. E como homem de Deus, examinava as Escrituras, lia o livro do profeta Jeremias, quando se deparou com a parte que corresponde hoje ao Capítulo 25.11, onde fala dos setenta anos de cativeiro dos Judeus em Babilônia. Havendo feito os cálculos- Pela sabedoria divina do período de tempo, desde que os seus companheiros saíram de Jerusalém, para a Babilônia, constatou então ele de que dezenas de anos se haviam passado, agora estava faltando pouco tempo para se completar o período determinado por Deus ( 70 Anos). Então se ascendeu no seu coração um fogo de responsabilidade para os Judeus voltarem de Babilônia para Jerusalém e seus arredores. Daniel foi à presença de Deus e derramou seu coração, intercedendo pelo povo Judeu no cativeiro ( Daniel 9.1-19), e quando terminou a oração, o anjo Gabriel veio ao profeta ( Daniel 9.20-27). Enquanto orava e intercedia pelo retorno dos cativos Judeus - para Jerusalém, o anjo veio e lhe disse: Daniel, tú és homem mui amado, e eu vim para fazer-te entender o sentido do Decreto que saiu no céu...setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade"...
Essa revelação partiu do coração do próprio Deus, para o povo Judeu e para nós. É de notar que esse tempo específico se refere aos Judeus e não a nós; sobre Jerusalém e não sobre outra qualquer cidade.
1- A significação da expressão " Setenta Semanas".
Antes de tudo devemos entender bem claro, que essas semanas são " Semanas de Anos" ou " Dias proféticos" cada dia da semana significa um ano,e, assim, cada semana refere-se um período de sete semanas. Trata-se aqui de setenta semanas, em que cada dia representa um ano. A palavra Shabua, que é traduzida por semana, na sua origem tem sentido de sete; logo 70 Shabua= 70 setes. São assim 70x7= 490 anos. Período em que Deus havia determinado executar o seguinte plano com seu povo Israel e sobre a santa cidade: Extinguir a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniqüidade, trazer a Justiça Eterna, selar a visão e a profecia e ungir o Santo dos santos ( Daniel 9.24). Na realidade o Judeu conhece dois "7": Sete de dias e sete de anos ( Levítico 25.3,4).
2- Subdivisão da profecia.
O anjo dividiu o período de 70 semanas em três partes:
1ª parte=> 07 semanas, ou seja, 49 anos.
Nesta primeira parte, sete semanas ( 7x7=49 anos) os Judeus estavam vivendo os seus últimos anos de cativeiro para completar o ciclo de setenta anos ( Jeremias 25.11), quiça, 4 a 8 anos. veio um decreto de Ciro o Persa, ( II Crônicas 36.22,23); Esdras 1.1 e ss.) dando liberdade a todo Judeu que quisesse retornar a Judá. Ao chegar em Jerusalém, começaram a reedificar as muralhas que estavam destruídas ( Neemias 3) e colocaram as portas; levantaram novo templo ( Esdras 3.8-13).
É interessante notar o começo da contagem dessas semanas como registra Daniel 9.25-Inicia-se, a partir do decreto de Artaxerxes para restaurar e edificar Jerusalém ( 14 de Março do ano 445 a.C). Neemias 2.4-9, até a conclusão desse trabalho ( Neemias 6.15), passaram-se, de fato, 49 anos= "7 semanas".
2ª parte=> 62 semanas, ou seja, 434 anos.
A segunda parte compreende 62 semanas, ou seja, 434 anos=62x7, tempo que abrange da restauração de Jerusalém ao Messias, o Príncipe ( Daniel 9.25). Este período começa precisamente onde termina o primeiro: “A restauração de Jerusalém".
As sessenta e duas semanas referem-se ao período que vai das 7 semanas ( Tempo de reconstrução de Jerusalém) até ao fim do Antigo Testamento, ou chegada do Messias( O Ungido)- Período intermediário- Foi um período de lutas de guerra e de paz, de seca e de chuva, de fidelidade à Deus e de infidelidade.
Da chegada do Messias a história dos Judeus parou. Deus abriu um parêntese entre a era da Graça, que o Senhor Jesus chamou de tempo dos gentios- Lucas 21.24- e chamado por Paulo em Romanos 11.25, de plenitude dos Gentios.
Nessa dispensação da Graça, Deus está tratando com a Igreja e quando esta for retirada, Ele voltará a tratar novamente com os Judeus. E o começo desta nova fase será com a Última Semana de Daniel. Quanto ao tempo de duração da era da Graça, não sabemos, uma coisa é certa que quando se completar o número dos gentios a Igreja será arrebatada. E esse número só o Pai sabe. Então a septuagésima semana entrará em vigor, logo após o arrebatamento da Igreja.
Desde a data do decreto para a restauração ( segundo a história) até a data da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, passaram-se exatamente 69 semanas ou 483 anos.
3ª parte=>01 semana, ou sete anos.
Esta terceira parte compreende a última semana, como foi abordado acima, a septuagésima semana, sobre a qual a profecia diz: Ele firmará um concerto com muitos por uma semana...( Daniel 9.27), este será o tempo da Grande Tribulação, ou aflição como está escrito em Mateus 24.15,21, proferido pelo Senhor Jesus. Jesus foi rejeitado pelos Judeus, condenado, e morto na cruz. O povo presente à condenação de Cristo clamou: "O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos" (Mateus 27.25).
Israel era o povo especial de Deus, povo representante do Senhor no mundo, e fazia parte, como os ramos naturais, da boa Oliveira (Romanos 11.24). Porém os Judeus rejeitaram Jesus ( João 1.11). Por isso foram cortados da Oliveira, isto é, rejeitados pelo Criador ( Jeremias 11.16; Romanos 11.19,20), e no seu lugar, foi enxertada a Igreja (Romanos 11.17-19). Iniciou-se após a Ressurreição do Senhor Jesus a Dispensação da Graça. Quando Deus rejeitou Israel, por ter desprezado o Messias, parou a contagem do tempo, uma vez que as 70 semanas estavam determinadas para os Judeus. Resta ainda uma semana, a última. Ninguém sabe a duração deste intervalo, porque ele findará no momento do arrebatamento da Igreja. Com a vinda de Jesus para a sua Igreja, o impedimento para a manifestação do Anti-Cristo será tirado ( II Tessalonicenses 2.7,8), e começará a contagem da septuagésima (70ª)semana, o período da Grande Tribulação.
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